O uso do termo “inteligência artificial” (IA) em descrições de produtos, segundo um estudo da Washington State University, pode reduzir a intenção de compra dos consumidores. Isso ocorre porque a menção explícita da IA provoca preocupações sobre a segurança, confiança e o controle que os consumidores têm sobre o produto. A pesquisa revelou que, especialmente em produtos de alto risco, como dispositivos médicos e eletrônicos caros, o uso do termo IA leva a uma desconfiança maior. A solução? Focar nos benefícios do produto em vez de destacar a tecnologia em si.
O estudo, conduzido por cientistas de marketing, demonstrou que a reação negativa à IA se deve, em parte, à falta de compreensão por parte dos consumidores sobre como a tecnologia funciona e os potenciais riscos envolvidos. Muitos consumidores associam a IA a uma “caixa-preta” de decisões que pode comprometer sua autonomia ou segurança. Por exemplo, em produtos médicos que dependem de IA para diagnósticos ou monitoramento, os consumidores podem temer que a falta de controle humano torne o processo impessoal ou arriscado.
Além disso, o estudo aponta que a confiança emocional desempenha um papel crucial na decisão de compra. Produtos que dependem de uma interação mais pessoal, como assistentes virtuais ou serviços que prometem personalização, podem ser vistos com desconfiança se a IA for explicitamente mencionada, pois isso pode minar a ideia de que um ser humano está, de fato, proporcionando a experiência.
Os resultados indicam que, para evitar esse tipo de reação negativa, as empresas precisam reformular suas estratégias de marketing. Em vez de enfatizar a inteligência artificial, a recomendação é destacar os benefícios que a tecnologia proporciona ao consumidor. Isso significa focar em termos como “eficiência”, “personalização” ou “segurança”, sem necessariamente mencionar que esses benefícios são proporcionados por IA. Dessa forma, os consumidores experimentam as vantagens da tecnologia sem que a menção direta do termo IA gere desconforto ou desconfiança.
Outro ponto importante é que a familiaridade com a IA pode moderar a reação negativa, mas apenas até certo ponto. Consumidores mais jovens, que estão mais acostumados à tecnologia, tendem a ter uma percepção menos negativa da IA. No entanto, mesmo nesse grupo, a menção explícita da IA ainda pode causar uma leve hesitação, especialmente em produtos onde os consumidores esperam um nível mais alto de intervenção humana.
Em resumo, o estudo revela que, embora a inteligência artificial tenha o potencial de transformar diversos setores, incluindo o de produtos de consumo e hospitalidade, as empresas precisam ser cuidadosas ao usar o termo em suas estratégias de marketing. Ao focar nos resultados e nos benefícios práticos da IA, as empresas podem evitar a desconfiança e a resistência dos consumidores, maximizando as chances de sucesso em um mercado cada vez mais tecnológico.